Vida Roxo

Crises de uma carioca perdida

terça-feira, julho 13

Era uma vez uma menina muito boazinha.
Um dia, a CEG resolveu trocar o sistema de gás na casa dela e ela teve que ficar sem tomar banho.
Fim

Cara, é muito ruim ficar enjoada desse jeito...
Ia pôr ordem na casa, arrumar umas paradas, não vou fazer nada.
Bom, mas antes enjôo...
A merda é que eu não posso tomar antiácido...

segunda-feira, julho 12

Não...
Não rola entrar em detalhes profundos sobre o Projeto Nada Secreto Prenha...
Se eu fizer isso, ninguém compra meu livro depois!

Garantias.
A gente tem garantias do quê nessa vida?
Televisão, vídeo, telefone celular...
Da vida mesmo, nenhuma.
Outro dia eu vi um menino de rua ser atropelado.
Coisa feia. Eu não sei, mas acho que ele morreu.
O que torna a vida daquele menino menos importante que a da minha filha que ainda nem nasceu? Quem garante que ele não foi concebido e gerado com amor? Que os pais dele não queriam garantir a ele um futuro descente e bom? Quem me garante que o futuro não foi planejado e garantido há muito tempo atrás, bem antes dele atravessar a rua como atravessou?
Hoje soube que um casal que estava junto há quase uma década se separou.
Quando eles se juntaram, aposto que apostavam que ficariam juntos pelo resto da vida. Não tinham garantias de que iam, é verdade, mas apostavam nisso. Chico Buarque e Marieta Severo, caramba! Era um dos casais que me faziam acreditar que é possível ser “felizes para sempre”. Separaram. Aposto que quando eles se casaram apostavam que seriam.
Eu não acredito mais em garantias.
Até acreditava, mas descobri que nada no mundo tem isso.
Nem a minha televisão, se eu pensar bem.
Eu fui criada para ser a primeira da classe. Colégio particular, aula de inglês e essa coisa toda. Fui? Não. Faculdade com 25 anos depois de bombar até dizer chega em todas as instituições de ensino pelas quais passei. Gostaria de dizer que é garantido que eu vá ter um futuro profissional brilhante, mas é mentira. Eu vou me formar, vou trabalhar pra burro e me tornar uma profissional competente e satisfeita com o que faz e com o seu contra-chequezinho no fim do mês porque a partir de agora eu preciso disso. Eu não tenho nem certeza ainda, de novo, se é isso mesmo que eu devo fazer da vida. Mas nada me garante que não é, também.
Eu gostaria de garantir que vou ser sempre uma mulher cheia de surpresas e instigante. Que vou inventar penteados divertidos, pratos exóticos e aprender tudo sobre árvores canadenses sendo especial e inesperada. Garantir que jamais brigaria por atrasos, pela conta de telefone, pelas coisas cotidianas que estrangulam uma relação ou a deixam mais forte. Garantir que nunca cairíamos no comum, que eu mereceria prêmios por bom comportamento todos os dias. Mas em alguns dias (talvez na maioria deles), eu sou muito chata e parecida com todo mundo.
Eu aprendi que a vida a dois existe, caminha entre o céu e o inferno, é dura, e que nada nela é garantido. Mas se a gente não apostar nela, mesmo correndo riscos, não vai saber como seria, se haviam garantias naquele caso e o “até que a morte nos separe” era para valer.
Me garantiram, faz um certo tempo, que eu não poderia ter filhos.
Pelo menos não assim, de bobeira.
Eu demorei a me acostumar à idéia, demorei a me conformar com o fato de que eu teria um filho, sim, um dia, mas que ele provavelmente seria adotado. Engavetei a idéia, resolvi lidar com ela e a resolução dela mais adiante, daqui a uns anos.
Aí, de repente, pimba!
Cá estou eu. Com uma bela circunferência, levando chutes estomacais, correndo atrás de enxoval e perdendo o sono por causa de nome.
E eu adorei que essa garantia tenha caído por terra!
Gostaria de garantir a ela que eu vou ser a melhor mãe do mundo. Que ela nunca vai ter vergonha porque eu chamo por ela em diminutivos enquanto ela tenta fazer charme para um moleque qualquer num lugar qualquer. Que ela vai ser o sucesso da festinha de colégio por conta do doce que eu vou fazer com as minhas próprias mãos. Que ela vai amar o meu jeito de contar histórias. Que eu vou estar por perto quando ela cair e abrir o joelho. Quando ela se formar no colégio, se apaixonar pela primeira vez, der o primeiro beijo, brigar com a melhor amiga, falhar na entrevista de emprego...
...Mas eu posso?


domingo, julho 11

Toda vez que eu penso em me render e comprar aquelas luvinhas de tricô medonhas que a gente encontra de vez em vez no camelódromo acabo arregando. Aí vem um frio desses e eu só consigo pensar porquê diabos eu naõ comprei as luvinhas toscas... Porquê?

Tá frio pra cacete, não tem gás, não tem guloseima pronta pra comer, não tem cigarro, não tem nada na tv...
Que dominguinho merda...

E descobriram que o Marlon Brando não estava nada falido, só gostava de cortinas de contas mesmo... Agora, me explica, qual é problema com as cortinas de contas? Eu gosto delas...
E quando eu crescer vou ter pelo menos uma lá em casa!