Vida Roxo

Crises de uma carioca perdida

sexta-feira, março 26

Céus!
Viva a repetição do tema!
O que anda me acontecendo, além do que eu ando escrevendo, é uma repetição.
Variação do mesmo tema.
Uma coisa pela qual eu já passei, mas que nunca me pareceu tão concreta ou assustadora.
Ah, sim...
Os enigmas continuam...
Mas a situação, obviamente, envolve meu lado mais frágil, aquele que mais me tira de eixo. Varia porque eu cresci um pouco desde a última vez em que eu passei por ela.
A minha percepção da coisa muda.
As idéias recorrentes mudam.
É.
Eu menti de novo.
Não estou tão bem quanto disse, quanto fiz acreditar que estava.
Mas eu só percebo isso pelos olhos alheios.
As outras pessoas percebem e comentam.
Algumas agüentam palavras duras que eu não pretendia dizer e pelas quais pretendo me desculpar sem que eu perceba que as proferi.
Não é por mal ou por desamor.
É coisa demais acontecendo.
Em alguns momentos parece que meu peito vai arrebentar, em outras nada acontece.
Na maior parte do tempo nada acontece.
Odeio esperar.
Odeio pensar que as coisas independem de mim para ser alguma coisa ou não.
Não gosto de estar nesse lugar.
Mulher à beira de outro ataque de nervos.
Síncope a caminho.
Para quê variar?
Tudo se repete, se repete, se repete, se repete...
Cada vez que se repete, varia.
Cada vez que varia fica mais assustador.
Céus!

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Um lado irônico, digamos assim, é que outras pessoas percebam.
É que para elas, tudo seja muito transparente e para mim e para a pessoa que mora comigo não seja.
Fato a ser estudado.
Mas não agora...

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Engraçado também é que essas mesmas pessoas que vêm o que eu não vejo e percebem o que eu não percebo, de repente comecem a me agulhar de novo para que eu exercite mais o meu “lado artista”.
Dizem que eu tenho um.
Dizem que eu sei escrever.
Dizem que eu sei desenhar.
Eu acho 95% do que eu produzo uma grande merda.
Sempre achei.
Sou capaz de ser competente.
Competente dentro da mediocridade.
Jamais fui muito boa nisso.
Jamais serei.
Para ser uma capaz de desenvolver seu “lado artista”, é preciso ter culhões.
Eu não tenho.
Sou covarde.
Além de me sentir absolutamente incapaz de produzir um suspiro que seja sob pressão.
Porque se eu escolher viver disso, vou ter que produzir sob pressão, e sob pressão eu só faço merda.

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Mais uma repetição?
Why not?

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Não consigo aceitar elogios.
Não gosto de elogios.
Não estou acostumada a elogios.
E, sim, às vezes, elogios te emputecem.
Porque, às vezes, as pessoas ficam dizendo o quanto você é inteligente e linda e maravilhosa e gostosa e o caralho de asas, mas essas pessoas não são aquelas que você gostaria que prestassem atenção a esses detalhes e dissessem isso a você incessantemente. Quando isso acontece, sorry, eu realmente fico puta.
Não com quem elogia.
Quem elogia só tem a culpa de elogiar a pessoa errada na hora errada.
Fico comigo, que me acho uma besta ante as afirmações alheias. Um embuste mal produzido.
Fico com terceiros ou quartos, por não perceberem, por não me dizerem que, sim, é verdade, eu sou inteligente e linda e maravilhosa e gostosa e caralho de asas.

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Mais?
Oh yeah!

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Um lado meu vai sempre detestar vir aqui e escrever enquanto me encontro nesse estado, mas existe outro que – Ah! – deita, rola e sai muito, mas muito mais leve toda vez que vem aqui e sai esculhambando com tudo e todos!
Eu posso ser boa pra caralho em esculhambar com a minha própria vida!

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E tudo se repete, se repete, se repete, se repete, se repete.
Daqui a pouco passa, daqui a pouco volta.
Daqui a pouco eu fico em paz, daqui a pouco vou querer que todo mundo se exploda.
Daqui a pouco a vida vai ser linda, mas hoje eu acho mesmo é que todo mundo – inclusive eu – tem mais é que se foder.

Porque tudo se repete, se repete, se repete, se repete, se repete...

quarta-feira, março 24

...E nos últimos tempos eu tenho ouvido muito:

“-Nossa, Renata, você tá tão quieta...”
“-Rê, você tá diferente...”
“-Rê, você tá esquisita...”


O quê eu posso dizer...?
É verdade.
O tempo que eu passei muda aqui, estava resolvendo coisas, pensando em coisas que eu não queria escrever aqui (Poder eu sempre pude. Os dedos são meus, a cabeça e blog também.), passando por coisas que eu escolhi não compartilhar com ninguém, fazendo escolhas que só cabiam a mim mesma.
Escolhi não explicar nada.
Escolhi não me repetir em certos assuntos.
Papagaio de pirata também cansa de ficar se repetindo e eu me cansei um pouco de ficar pensando, esmiuçando e detalhando as minhas coisas.
E nessa coisa de coisas que acontecem, faz parte ter efeitos colaterais.
Não que eu ande pessimista, não ando. Também não ando soltando fogos de alegria. Não quero sentar aqui agora e começar a desfiar meu tão conhecido terço do quê eu ando fazendo e com quem e como foi meu dia e etc,etc,etc.
Entrei de novo naquela fase, já bem conhecida, de uma certa reclusão.
Uma fase em que eu só quero a minha paz.
Qualquer negócio para ter paz.
Continuo querendo muito ver e ficar com meus amigos, que acabam ficando amolados comigo, já que eu não quero conversar sobre tudo, nem receber os carinhos, nem nada. Só quero estar ali com eles. Quietinha. Junto com eles, mas separadinha deles. É difícil de entender, mas é assim que eu ando me comportando.
Bem diferente da falastrona, sacana, festeira.
Só ali, quietinha, ouvindo, num cantinho.
Normal que as pessoas estranhem.
“-Mas tá tudo bem?”
Tá. Tá tudo bem.
Claro que eu andei me aborrecendo, decepcionando e aborrecendo e decepcionando outras pessoas no meio desse caminho, mas essas coisas acontecem. É a essência da vida, né?
E tá tudo bem.
A Dama das Camélias esteve por aqui, mas já se retirou. A nerd ainda dorme, já que até ela quer paz. A festeira está em reclusão. Todas as minhas personalidades tiraram um tempo de descanso. Um tempo em que não se apresentam. E isso não é ruim.
Conheço dúzias de pessoas que escolhem ficar mais quietas, tirar as suas férias de vez em quando, ir cuidar das suas vidas e nada pára por causa disso.
Cá estou eu explicando o óbvio de novo...
Aos poucos as coisas voltam ao seu lugar.
Diferentes, mas voltam.
Há uns dias eu escrevi um e-mail. Um e-mail que era destinado à outra pessoa, obviamente, mas que depois eu fui descobrir que era muito mais direcionado a mim mesma que a outra pessoa.
Como tudo que eu escrevo.
Cá estou eu me repetindo de novo.
Enfim...
Não tenho nada muito construtivo a dizer dessa vez, para variar.
Não tem nada que eu realmente queira esmiuçar ou discursar a respeito nesse momento.
Acho que só vim aqui, agora, para escrever alguma coisa qualquer mesmo que sirva para as poucas pessoas que só têm notícias de mim por aqui para que elas saibam que eu estou bem.
Quieta.
Esquisita.
Mezzo reclusa.
Mas bem.
E sem intenções de sumir por muito tempo de novo.
Mesmo que eu me repita e seja óbvia demais, escrever me faz bem.
E talvez eu possa sobreviver só de amenidades alheias.
Enfim de novo...

terça-feira, março 23

...Tô voltando...
...Já, já...