Do Lado Ruim de Fazer Dieta
Aí que um vizinho qualquer começou a tocar coisas pavorosas no som dele e eu fui impelida pela inexistente vontade de sair e ir ao mercado e fazer outras tarefas em meio aos mortais. Aí que eu agora que sou mulherzinha raramente saio nível esculacho total e estava até arrumadinha toda rebolosa dentro das minhas anáguas até que...
...Eu percebi que as anáguas estavam caídas fazia muito tempo e eu estava rebolando era a minha calcinha Lilás para toda Copacabana ver!
Até as minhas anáguas, agora?!?
quinta-feira, fevereiro 5
Ia ser um texto grande.
Enorme.
Daqueles longos e cheios de coisas que uma hora ia encher meu saco e eu ia terminar sem mais nem menos.
Mas aí eu percebi que uma parte enorme da Vida a gente (eu) passa fazendo retrospectivas, analisando o quê está certo, o quê está errado, aonde queremos ir e chegar, quem queremos ser, com quem devemos nos relacionar e por aí vai. E esses pensamentos são um exercício diário e a mudança constante, ininterrupta.
Claro que, em certas épocas, essa necessidade de pensar, consertar ou o quer que seja que você (eu) tenha em vista com isso aumenta. Ano Novo, aniversário, todo início e fim de alguma coisa.
Acontece que tudo que for escrever hoje pode ser anulado amanhã.
O passado é bagagem e me ajuda em várias etapas. Passei por coisas que ninguém mais passou, já tive quotas preenchidas, já tive muitas decepções, muitas alegrias, muitos amores, a bagagem carrega coisas ruins e coisas boas que me ajudam a decidir todos os dias que tipo de pessoa eu quero me tornar.
Passei muito tempo saber certas coisas que hoje eu sei.
Profissionalmente, a coisa ainda está confusa, e não é hora de pensar nisso. Graças a Deus eu não tenho grandes contas a pagar, não tenho filhos nem grandes responsabilidades que me obriguem a virar do avesso para conseguir dinheiro. Confortável, hã? De um certo ponto de vista, com certeza. Claro que eu preciso de dinheiro, claro que eu quero saber como ganhar isso, claro que eu quero não depender mais do dinheiro alheio, mas me foi dada uma chance e eu vou aproveitar. Porque se eu fizer as coisas direito e com calma, com certeza tudo vai se encaixar e ser melhor do que se eu fizer com pressa.
Fui uma garota muito mimada.
Sou uma garota muito mimada.
A Princesinha.
Rótulo com o qual eu luto diariamente, mas que ainda está aqui, obviamente.
E a Princesinha era feia. Muito boa, muito legal, mas feia.
Agora está virando uma Princesinha linda.
E isso é igualmente difícil de administrar.
Pode dar altos nós na cabeça da pessoa. E dá.
Aos poucos, eu vou aprendendo a lidar com isso e todas as conseqüências que isso trás. É difícil.
No último ano, coisas mais que importantes aconteceram.
Entrei para a Faculdade – ainda que alguns achem que a escolha foi errada – mas que me abriu um novo leque de experiências, pessoas e aprendizados. Uma experiência que me fez descobrir que eu não é que eu seja má aluna, até pendo pro lado CDF, só não tenho disciplina em estudar coisas que não me interessem. Me fez descobrir que estudar É legal e que eu quero ficar fazendo isso por um longo tempo ainda. Convenhamos que para quem não queria fazer faculdade nenhuma nunca, planejar mestrado e tudo o que vem depois é um salto enorme.
Me afastei de algumas pessoas, mas conheci uma batelada de outras pessoas. Afastei as ruins e atraí as boas. Consolidei alguns relacionamentos, demoli outros.
Mudei muito não só fisicamente, como mentalmente. Continuo neurótica, carente, com uma série de defeitos, mas cresci e consertei uma série de outros. Eu cresci muito durante os últimos anos, mas durante ao ano que passou, talvez eu tenha crescido mais que em todos os outros.
Trabalhei, parei de trabalhar, voltei a trabalhar, parei de novo. Fiz coisas que talvez nem sonhasse em fazer durante esse período.
Mudei padrões que eu mesma tinha estabelecido.
Sexo não é mais esporte. Eu pratico, mas não mais por praticar, pratico apenas com quem eu gosto de verdade. Noites terminadas em um motel qualquer, em lugar qualquer, com uma pessoa qualquer não são mais atrativos para mim.
Continuo adorando sair, mas porres desmedidos, misturados e cheios de flashbacks horrorosos não me deixam mais feliz e tranqüila. Continuo bebendo e saindo, mas com mais cuidado, por mim mesma e pelas pessoas que me acompanham. Me agrada muitíssimo mais me sentar para tomar uma cerveja com meus amigos ou com meu Gatinho do quê tomar doses cavalares de álcool antes, durante e depois de alguma festa e saber que vai ser tranqüilo.
Descobri as coisas que me fazem realmente feliz e o quê eu quero ser, ter e construir daqui pra frente.
Recaídas sempre acontecerão. Por anos a Vida foi torta e não vai deixar de ser num estalar de dedos. Preciso aprender a lidar melhor comigo mesma.
Mas o quê eu sei agora é muito mais que antes, são coisas boas e que me trazem conforto e que fazem e farão de mim uma pessoa muito melhor.
Falar sobre Presente não cabe.
O Presente está sendo vivido e mudado a cada minuto que passa.
Assim como o Futuro.
Futuros inúmeros já foram sonhados e imaginados, mas eu só vou saber dele quando ele chegar e quando ele chegar eu ainda vou estar pensando no quê vai ser daí pra frente.
E a Vida é assim.
Finalmente cheguei à conclusão de que a minha é boa.
Muito boa.
Que, sim, eu já reclamei demais dela.
Que eu preciso parar com essa mania de querer tudo rápido e abreviar o tempo que as coisas precisam ter.
Agora, o que eu quero mesmo é que ela continue ainda por muito tempo, porque eu tenho muita coisa a fazer, aprender e aproveitar.
Estamos de bem, eu e Ela.
E é isso.
O processo continua e, com certeza, mais coisas virão. Boas e ruins. Mas virão.
E eu não tenho mais o menor medo Dela e das coisas que ela pode trazer.
Isso, sim, é sem preço.
A sensação é de que eu estou lavando a minha alma, estou muito mais leve e pronta, prontinha. Para mais, para tudo.
É uma sensação Maravilhosa!
quarta-feira, fevereiro 4
E saiu meu horário da Faculdade!
Vai ser um semestre excitante!
Peguei oito matérias – bem feito, quem mandou repetir! – e vou ter que estudar feito uma cavala! Sendo que, duas tardes por semana eu vou ter aulas também. Sendo que, nas tardes de sexta-feira a matéria é Matemática Aplicada! Sendo que, eu sou uma negação em matemática! Sei somar, subtrair, tirar 10% e, por mim, podia parar por aí mesmo. Medo dessa matéria.
Aliás, tirando duas, o resto todo delas me diz que esse semestre vai ser de foder a minha pobre alma. Em termos de matérias, porque já é um alívio passar um semestre inteiro sem ter que ver a cara de certo professor que eu detesto e eu realmente estou com saudades dos meus coleguinhas de classe e eu vou fazer mais coleguinhas ainda já que vou ter aulas à tarde em outra unidade desta instituição tão bem organizada.
Daqui a pouco vou virar pessoa presente em todas as unidades nesse passo...
A parte dos coleguinhas é mais legal!
A parte de aprender coisas novas é legal também.
A parte de repetir matérias vai ser chatão.
Mas, quem mandou?
Entrei na Faculdade, vamos terminar a Faculdade e fazer direito, né?
E tudo bem estudar de tarde também, mas bem que podia ser em outros dias... Dia inteiro justo nas segundas e sextas é sacanagem...
Mas eu agora tomo vitaminas e vou conseguir!
Ai, ai...
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E claro que adoraria passar meu último fim de semana de férias raptada de novo, mas eu entendo as razões e prometo não reclamar disso e me divertir pra burro com meus amigos por aí!
(Isso foi chantagem emocional.)
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Amanhã tem aniversário do Liô na Cobal e a última Paradiso às quintas, para estas, podem me contar como presença!
Aliás, adorei que a Paradiso tenha passado para os sábados porque assim eu não vou me revirar de culpa e remorso por não poder ir às quintas!
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Viu só?
Cabaram as férias.
Nem estou triste, mas agora começa o ano de verdade.
Agora que eu vou ter que rebolar.
E algo me diz que nem vai ser doloroso.
Eu Odeio O Verão
Por Renata Roxo
Eu Odeio o Verão porque os mosquitos procriam e resolvem vir morar bem debaixo da minha mesa de computador.
Eu Odeio o Verão porque em qualquer lugar que eu vá eles vão estar lá estraçalhando comigo.
Eu Odeio o Verão porque as baratas também saem de seus esconderijos e resolvem me perseguir e eu não gosto de baratas.
Eu Odeio o Verão porque você tem que tomar vinte banhos por dia e não consegue sair deles sem estar suando.
Eu Odeio o Verão porque eu não posso passar meus dias inteiros dentro da banheira por ter, no mínimo, afazeres domésticos a cumprir.
Eu Odeio o Verão porque as pessoas perdem qualquer centelha de senso estético que possam possuir.
Eu Odeio o Verão porque eu não tenho mais roupas de Verão e as lojas só vendem micro roupas de gosto duvidoso que ficarão péssimas em mim.
Eu Odeio o Verão porque sair de preto na rua durante o dia é quase tentativa de suicídio.
Eu Odeio o Verão porque andar nas ruas de dia é uma tortura.
Eu Odeio o Verão porque eu passo muito mal toda vez que ando no sol.
Eu Odeio o Verão porque o calor me dá enjôos terríveis.
Eu Odeio o Verão porque o calor me faz ficar toda empolada e cheia de espinhas.
Eu Odeio o Verão porque é impossível usar a mesma camiseta mais que uma vez, já que ela fica ensopada e fedorenta sendo usada uma vez só.
Eu Odeio o Verão porque com isso acontecendo a minha quota de lavagem de roupas aumenta e as roupas usáveis, que já são poucas, diminuem.
Eu Odeio o Verão porque toda e qualquer vontade de fazer qualquer coisa que seja na Vida cai para menos zero.
Eu Odeio o Verão porque com isso acontecendo, meus dias não são produtivos e eu só tenho vontade de ficar deitada seminua debaixo do ventilador e sou “obrigada” a assistir os programas mais idiotas do Mundo na T.V.
Eu Odeio o Verão porque nenhuma geladeira ou freezer do Planeta é capaz de deixar as bebidas tão geladas quanto eu necessito.
Eu Odeio o Verão porque aqui em casa só existem três cubas de gelo, que me dão apenas 18 pedrinhas.
Eu Odeio o Verão porque é nessa época do ano em que você é obrigada a ouvir todos os sambas enredo e participar, mesmo não querendo, dos preparativos para o Carnaval.
Eu Odeio o Verão porque é nessa época do ano em que você vai pegar vários ônibus e ser obrigada a conviver com os odores desagradáveis que as outras pessoas podem produzir.
Eu Odeio o Verão porque é nessa época do ano em que as pessoas ficam písicas para mostrar suas bundas por aí e ir à praia encher essas bundas de areia.
Eu Odeio o Verão porque todos os cheiros do Mundo se potencializam e muitos deles me deixam enjoada.
Eu Odeio o Verão porque eu enjôo com tudo.
Eu Odeio o Verão porque eu não gosto de suar.
Eu Odeio o Verão porque é quente demais!
Eu Odeio o Verão porque Eu Odeio o Verão porque Eu Odeio o Verão porque Eu Odeio o Verão porque Eu Odeio o Verão porque Eu Odeio o Verão porque Eu Odeio o Verão porque Eu Odeio o Verão porque Eu Odeio o Verão porque Eu Odeio o Verão!!!
“Renata, você se avacalha demais!”
É uma frase que eu tenho ouvido à exaustão.
É uma frase que eu ouço cada vez que falo das minhas imperfeições.
Mas é uma espécie de hábito.
Hábito que nasceu há muito tempo atrás.
Hábito de gente que tem baixa auto-estima, sim.
Baixa auto-estima aliada ao Poder da Auto Avacalhação.
Para algumas pessoas, parece depreciativo de minha parte e da parte das outras pessoas, mas a verdade é que eu me acostumei a isso.
Me acostumei a ser imperfeita e a dizer essas imperfeições.
Eu sei que sou inteligente, por exemplo. Sei que ainda tenho zilhões de coisas a aprender, mas que, de vez em quando, falo e escrevo asneiras de fazer rolar o maior imbecil do mundo. Por isso não fico chateada quando alguém me diz que eu sou meio burrinha. Às vezes sou mesmo. Tinha até um namorado que falava que às vezes eu era uma zebra de tão burra, o que parece depreciativo escrito assim, mas eu achava até bonitinho.
Estou descobrindo que sou bonita, mas por muito tempo não fui, não. E é, eu tive 10 bebês, por uma comparação feita por aí, então é normal que tenha alguma coisa mole ou fora do lugar. Não escondo isso também e concordo que eu faço um drama enorme e que a coisa poderia ser muuuuuuuito pior do que é de verdade.
Eu sei que quando bebo demais fico chata pra caralho e repito as mesmas histórias duzentas vezes. Já me disseram.
Eu sei que de vez em quando eu sou a pieguice em pessoa.
Assim como sei que um drama qualquer faz a minha alma chacoalhar de felicidade.
Sei que já fiz coisas que jamais deveriam ser assumidas ou contadas para outras pessoas.
Sei que falo demais.
Então, eu me avacalho.
Em algum momento, vão sair coisas da minha boca que não deveriam.
Por enquanto, isso ainda é muito normal pra mim.
Incomoda outras pessoas.
Mas eu vou consertar isso também.
Realmente não tem mais sentido ficar me pondo abaixo do que sou.
Vocês têm razão.
De novo e para variar.
Um dia, talvez não precise mais de puxões de orelha.
Talvez precise para sempre.
Quem sabe...?
Alive, mas não exatamente kicking...
Cansadona.
Pôxa, desde quinta-feira na rua, né?
Antigamente isso era mais que comum, mas hoje eu pifo legal depois dessas coisas.
Mas foi tudo em prol do meu “Surto de Última Semana de Férias” e foi do caralho!
Algumas pessoas ficaram preocupadas com meu “sumiço”, então eu vou contar o quê que aconteceu...
Na quinta, eu tive aquele arroubo e decidi que ia por quê ia ver o show do Pic-Nic.
Como todo mundo sabe, eu sou a Maior baba ovo das bandas dos meus amigos – e eu sou a maior baba ovo do Pic-Nic, já que eu amo todo mundo dessa banda.
Depois de me desencontrar e encontrar o Pedrinho e os dois guerreiros se perderem e darem algumas voltas pela Praça Tiradentes, achamos o Espaço da Constituição, que é bem arrumadinho, transadinho e tals, aquela moda de lugar fashion enfiado no meio do lixo que as pessoas estão agora, mas é extremamente broxante ir a um show lá e se deparar com várias cadeirinhas e todo mundo assistindo as coisas sentadinho. Show, não importa de quê, é pra se ver de pé, caramba!
E nós chegamos elegantemente atrasados, mas ainda assim antes de qualquer um da banda!
Mas as pessoas não tardaram e nós ficamos lá batendo papo, falando merda, rindo, que são as melhores coisas para fazer com os amigos! Show mesmo eu entrei só pra ver o deles, que o calor estava insuportável, apesar da minha produção “Menininha Meiga em Dia de Verão”.
E, olha, continua sendo banda de mulherzinha, mas eles botaram um peso ali que não tinha que fez uma diferença de outro Mundo! A Guidi está cada vez melhor, o Miguel rebolou em cima do amp, o Paulinho bateu cabeça ("Uma vez cabeludo para sempre cabeludo") e eu sobrevivi para ver uma micro roda de porrada ao som de “Ragatanga”!!! Com direito à animadora de torcida aqui dançando no cantinho direito do palco, na maior animação!
O quê mais uma garota pode querer?
Pode querer aproveitar que ainda era cedo e ir dar um pulo na Casa da Matriz!
O plano era só tomar uma cerveja e jogar conversa fora, mas minha carona foi embora rapidinho por quê parou de beber e estava com sono e eu fui ficando, ficando e fiquei. Acabei entrando e dançando e me divertindo mais!
Aí que quando a sexta chegou, foi mais um dia especialmente improdutivo, mas bem recompensado pela aparição do Gatinho.
Mas sobre ele e as coisas que a gente faz junto, ainda não é hora de abrir. Como diz meu amigo Chicote: blog não é pessoal, é uma coisa que pessoas que você não tem nem idéia lêem e o que a gente tá vivendo agora é nosso só. Claro que muita gente sabe quem é ele, já viu os dois juntos e torce por nós – o que eu agradeço do fundo do coração - mas é uma coisa que está sendo feita em conjunto e ainda não merece narrativas detalhadas, egocentristas e de um ponto único de vista, agora quem não sabe, não sabe. Vai ficar algum tempo ainda curioso para saber quem é esse cara que ganhou a doida aqui de presente.
Eu sei que foi uma noite muito bacana, como todas as que nós passamos juntos.
É, eu larguei de mão meus amigos de novo, mas foi por uma boa causa.
E é, eu prometi que não ia dar nada de presente pra ele ainda. Presente é pra namorado firme, que eu já me lasquei feio dando presentes por aí, mas eu dei pra ele umas coisas que, com certeza absoluta, ele vai cuidar bem melhor do que eu jamais cuidaria e que eu acho que ele curtiu bastante.
E eu me enganei em todas as conjecturas que pensei.
Enfim, sábado, voltei ao lar, me recompus, passei o braço nos meus Anjos da Guarda e fomos pro Heavy Duty. Lá encontrei um monte de amigos, no fim da noite o Gatinho de novo e foi mais uma noite sensacional na Ceará Street daquelas que me fazem pensar como foi que eu fiquei tanto tempo sem ir lá.
Voltamos de lá com o dia clareando, cheios de sono, mas eu pelo menos estava um poço de felicidade!
Domingo fiquei pela casa do Gatinho.
E, poxa, é muito bom ficar com quem a gente gosta, sabe?
Tentar uma coisa tem dessas coisas, cozinhar junto (ok, mais ou menos junto que eu tô um pouco traumatizada ainda com o insucesso da última vez em que eu tentei cozinhar pra ele sozinha), ficar deitado lendo, conversar, viajar, andar na rua abraçadinho... É também descobrir que você vai se deitar com uma gatinha linda e acorda com o Alice Cooper, que de manhã o bafo dela (por enquanto) é tão venenoso quanto do Dragão de Komodo, que ela tem manias, que ele tem manias, que existe uma pessoa de verdade ali, com qualidades e defeitos. Tentar uma coisa engloba muito mais do que só beijo na boca e trepada. E fazer essas coisas todas junto com ele é muito bom!
Mas aí a semana começa, existem coisas a fazer.
O programa de segunda foi visitar Dr. Bolinha, cada vez mais saltitante com meus progressos. Cada vez que vou lá agora, passa pela minha cabeça cena de desenho animado toda vez que ele abre um sorrisão e diz que está excelente. E está excelente!
Em um mês, com Natal, Ano-Novo e férias em progresso, foram mais três quilos! O que soma um total de 54 quilos perdidos até agora! O que fez com que o saião jeans que eu comprei semana passada já esteja largo.
Então, essa eu repito para todo mundo: se eu consegui fazer isso só com dieta, qualquer um consegue. Já faz um tempo enorme que isso começou, não é milagroso e não acontece da noite pro dia, mas você vai se acostumando com a coisa, vai ficando culpada de comer um mísero chocolatinho por quê ele vai esculhambar a sua dieta, aos poucos, se chega lá.
Eu não escondo isso de ninguém porque é motivo de orgulho, sim.
Sair de 130 quilos para 76 é coisa pra caramba.
A Lou tem razão: eu renasci. Sou outra mulher agora.
Ainda tem uns ajustes pra fazer, claro, mas é outra pessoa.
E isso é assunto pra mais embaixo.
De noite, como já é de conhecimento geral, rolou um “Surto de Fim de Férias”, desencadeado pela minha querida Strelinha, e lá fomos as duas para o raio da Maldita.
A Casa da Matriz é quente. Estava cheia. As músicas, em sua grande maioria, eram “aquela música que só eu e meu melhor amigo conhecemos”. Nós tivemos o desprazer de lembrar como essa festa é Indie e ruim e argh!
Mas nós somos mulheres fodas e descobrimos um set de funk (funk tipo funk, não o bom e velho funk) e dançamos sim até derreter, dançamos algumas das músicas de transe, conversamos muito e acabou sendo uma noite válida.
Eu estava morta de saudades da minha amiga que tem agora as pontas dos cabelos cor de rosa, que estava cheia de sono e com quem eu me divirto sempre último nível, até em ambientes estranhos...
Aí que nessa eu quase me atraso pro compromisso mais evitado da semana: a Maria Clara.
A Maria Clara é minha dentista. E, cara, como pessoa ela é sensacional! Amiga da família há anos, nos ama de paixão, mas é dentista, né?
E eu tenho PAVOR de dentista!
E eu achava que estava com um siso ruim e que ela ia querer arrancar o bicho fora.
Eu tenho essas coisas estúpidas, sim. Em vez de resolver certos problemas eu espero não ter mais jeito, como no caso do siso. Bom, na verdade, eu marquei de ir lá mesmo porque é fim de férias e existe uma época do ano em que a gente TEM que ir cuidar da saúde – apesar deu ser adepta do conceito de que está tudo bem contigo até você ir ao médico, por quê, com certeza, ele vai descobrir algum problema. Prefiro ser hipocondríaca caseira mesmo.
Mas enfim...
Me enganei de novo.
Tem cárie? Tem.
Tem explicação melhor que cigarro pra minha transformação em Dragão? Tem.
Mas o siso está perfeito!
Não vai ter operação tira dente ainda!!!
Fiquei tão redondamente feliz que nem liguei de tirar a cárie a seco...
Só fiquei puta porque o antitabagismo chegou lá também e ela disse que não vai poder clarear meus dentes nem um pouquinho enquanto eu continuar fumando. Mas, se eu muito não me engano, ela clareava os da minha mãe antes dela parar de fumar... Isso me cheira definitivamente à campanha global!
Será que ninguém percebe que enquanto eu estiver de dieta não dá para párar de fumar?
Eu vou tentar, juro, só me dêem tempo, por favor.
Depois fui dar uma volta com a Dea e a Lou para captar novas coisas excelentes para a Association que eu não vou poder usar tão cedo. Na verdade, fiquei é arrasada porque finalmente eu coube numa saia que estava paquerando fazia meses e ela não ficou boa.
O resto do dia foi quente.
Muito quente.
Vontade de ter nascido na Finlândia.
Hoje, já cumpri metade das minhas tarefas e ainda tenho coisas pra burro a fazer na rua.
Preciso dormir...
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Mas, ontem, finalmente caiu outra ficha.
Não é ficha nova.
Já me foi cantada pelo Dr. Bolinha, pela Úrsula, pelo Gatinho, pela Strela, pela Dea, por um monte de gente. O tipo de ficha que só cai de verdade quando você percebe ao invés de ouvir de outras pessoas.
Eu preciso me cuidar.
Me cuidar no sentido de que, sim, eu estou ficando um espetáculo.
Minha auto-estima está longe de ser ideal. Ainda existem recaídas de insegurança, ainda não sei ouvir e aceitar elogios, ainda não me acostumei com essa nova imagem minha.
Mas é, novas e velhas pessoas olham mais, chegam mais, querem mais.
Não existe mais o que me escondia.
As pessoas chegam mais perto agora porque eu estou virando uma Mulher Bonita.
E o fato de estar virando um espetáculo deve estar incomodando muita gente.
Me cuidar, porquê eu estou numa fase muito feliz.
Em que eu tenho os Melhores Amigos do Mundo, um Gatinho que me faz feliz e gosta de estar comigo, em que as minhas preocupações são poucas.
Amigos demais despertam inveja.
Estar com o Gatinho desperta inveja.
Estar feliz desperta inveja em muita gente.
É triste, mas é verdade.
Felicidade pode incomodar muita gente.
E, não, eu não sou macumbeira, mas sei fazer um patuá ou dois, uma simpatia ou duas, exatamente meu plano para hoje ainda.
Passar a carregar comigo algumas coisas para afastar o ruim, que eu agora só quero o bom.
Em todos os sentidos.
...Tenho muitas coisas a contar, mas agora não vai dar.
Lembrem-se que existem coisas boas na Vida, que eu faço a minha parte deixando uma letra bastante apropriada no momento.
Too Darn Hot
(Cole Porter)
It's too darn hot,
It's too darn hot.
I'd like to sup with my baby tonight,
Fulfill the cup with my baby tonight.
I'd like to sup with my baby tonight,
Fulfill the cup with my baby tonight,
But I ain't up to my baby tonight,
'Cause it's too darn hot.
It's too darn hot,
It's too darn hot.
I'd like to coo with my baby tonight,
And pitch the woo with my baby tonight.
I'd like to coo with my baby tonight,
And pitch the woo with my baby tonight.
But sister you'll fight my baby tonight
'Cause it's too darn hot.
It's too darn hot,
According to the latest Report
Ev'ry average girl you know
Much prefers her lovely doggie to court
When the temperature is low,
But when the thermometer goes 'way up
And the weather is sizzling hot,
Mister Adam
For his madam.
Is not,
'Cause it's too, too
Too darn hot,
It's too darn hot,
It's too darn hot.
BOYS:
It's too darn hot,
It's too darn hot.
It's too darn hot.
Hot, hot, hot, hot...