Vida Roxo

Crises de uma carioca perdida

quarta-feira, janeiro 7

Tô um pouco fora de combate hoje, então não tem texto grande...
Comecei a fazer a Parte II ontem, mas não sabia que era uma coisa tão difícil falar sobre a minha família... E um texto como esse tem que ser caprichadinho, do bem... Demora pra vomitar...
Pro de baixo me ocorreram varios adendos, mas eu vou deixar assim mesmo...
Ainda arrumei uma dor escrota nas costelas pela posição que eu arrumei nos últimos dias para ficar pensando na vida que está me deixando meio alejada no momento...
Apesar disso, hoje marquei uns médicos, amanhã vou marcar outros, tudo para ver se termino as férias sentindo um bocado de dor física... Tudo por um propósito, na verdade, que é a minha saúde e o início do Rio Cidade na minha pessoa... Desanimador, mas necessário...
Não estou legal hoje, a madrugada trouxe uma coisa que me fez chorar... Com a madrugada, o texto e a dor fiquei caidinha... Carente...
Preciso de colo...

Quatro unidades alcóolicas.
Mas eu não vou me sentir culpada porque eu vou conseguir andar na praia, eu emagreci e eu tenho bolinhas...

terça-feira, janeiro 6

Vocês sabiam que, na verdade, deveríamos estar trocando presentes hoje ao invés do dia 24?
É que o moleque nasceu dia 25, mas aqueles camaradinhas que ficaram conhecidos para a posteridade como “Os Três Reis Magos” só foram chegar no estábulo onde a Maria inventou de parir hoje, dia 06 de Janeiro. Até então, ninguém tinha dado nada pro moleque - a não ser a Maria que provavelmente amamentava o bebê – nem para mais ninguém. Foi do ato desses camaradinhas que nasceu essa invenção de dar presentes pros outros no Natal, mas a gente faz tudo errado...

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E a minha primeira semana do ano está sendo um fracasso so far...
Hoje eu tentei andar na praia...
Andei um pouquinho até, mas porque eu resolvi virar andarilha não quer dizer que comece a simpatizar com o calor e o sol... Este foi meu erro... Não durei duas quadras... Quase morri de calor, não conseguia enxergar, foi ruim... Péssimo começo...
Mas eu também estava me sentindo fraquinha... A pseudo caminhada no sol quase fez meu café da manhã saltar para fora do corpo no meio do calçadão...
Recomecei a dieta na base porradão. Não parei, mas nesse fim de ano o balde foi longe e eu estava achando que tinha engordado umas dez toneladas até me pesar escondido ontem e descobrir que eu tinha emagrecido assim mesmo... De qualquer forma, agora que falta tão pouco, não vale a pena desanimar e sim animar...
O dia de ontem teria sido perfeito se de madrugada eu não tivesse tido um surto de boca nervosa e tivesse comido 2 empadas...
O de hoje está sendo melhor, mas o básico de dieta voltou: a fome.
Parece que é só você não poder que a fome te ataca de forma inimaginável... Seus quilos são extras, você pode sobreviver dias sem comida, mas a fome é de quem não quem não come há meses... Me lembro que quando eu comecei a fazer essa dieta da primeira vez “No limite” ainda estava passando e eu entendia perfeitamente o quê aquelas pessoas estavam sentindo porque degustar um biscoitinho cream cracker (que eu odeio por estar diretamente relacionado à qualquer tipo de dieta) era a maior maravilha do universo...
Daqui a pouco passa...

(Básico de dieta: você começa e, no meu caso, a sua mãe manda fazer feijão, compra quibe assado, esfihas, tudo light... E ainda reclama da sua falta de entusiasmo enquanto você mastiga pedacinhos de carne sem gordura meio mais ou menos pra caramba... Morar com gente magra é uma merda... Eles estão sempre prontos para fazer alguma maldade calórica e tentadora contra sua pessoa...)

Até porque o primeiro efeito colateral voltou: é comer para ficar enjoada...
Malditas mudanças metabólicas!
Tem também aquele ladinho deprimente...
Gelatina: 10 calorias.
Sopa: 15 calorias.
Miojo light: 60 calorias.
A sua vida passa ser dominada por esses valores. Tudo que tem na sua despensa, na geladeira, tudo que seja comestível, vai carregar a palavra “light” em algum lugar... Eu ando com uma certa paúra dessa palavra, mas fazer o quê...?
Infelizmente, a genética não foi boazinha comigo...
Preciso me convencer de que vou passar o resto da minha vidinha imbecil sendo escrava desses produtos do inferno e precisando fazer dieta... Ao menor descontrole eu posso voltar a explodir, e ninguém quer isso...

Fazem 3 dias que eu não consumo nenhuma unidade alcoólica de qualquer espécie ou procedência...

No setor livros estamos devagar ainda...
Existem 4 a serem terminados, vários a serem lidos...
Essa semana eu li o último livro do Garcia-Roza...
O detetive está um bocadinho mais bairrista, mas os outros foram melhores, na minha opinião...
Preciso ler mais antes que as aulas comecem...

No setor filmes fiquei verdadeiramente arrasada a partir do momento em que realizei que a maioria dos filmes que eu queria ver da locadora, eu já vi. Que me sobram poucas opções a ver... E olha que eu peguei uma quantidade bizarra de filmes horrorosos nessa leva... Por isso que tenho que passar longas temporadas longe da loja...
Da lista dos mais alugados eu já vi 6, quero ver 3, sobram 6 que não me interessam... Dos lançamentos, vi 4 e quero ver 2... Em um pacote mato esses filmes todos... Só ontem vi 3...! Ou vou ficar refém de telecine ou volto a pegar todos aqueles filmes que ninguém mais na locadora pega, só eu...
Eu não gosto de cinema (exceções abertas a muito custo para filmes tipo “Senhor dos Anéis” ou quando mamãe precisa de cia ou quando a Nanda surta e me leva ou quando o Pi tem intenções maléficas de me enfiar algum conteúdo cabeçudo na mente), como todo mundo sabe, mas preciso ver dois filmes: “Sobre meninos e lobos”, que todo mundo diz que virou filmão, que eu li o livro e não sei bem o que esperar porque o livro eu achei meio fracote (preferi o segundo do mesmo autor, esse sim eu recomendo); e “21 gramas”.
Refém de telecine... É meu destino...

Minha produção de desenhos, projetos, textos, tudo, está mais negativa que a minha conta bancária... Passo os dias sentada aqui no computador e só o que eu consegui arrumar até agora foi uma dor nas costelas que eu acho que pode ser uma perfuração de pulmão tamanha a dor que eu ando sentindo...

Não vi aula de dança, conserto do computador, aula de língua, aula extra nenhuma...

Minha arrumação de ano novo está longe de começar...
É pensar em saco de lixo que eu fico logo toda mole...
É muito papel, é muita zona...

Preciso fazer exame de sangue e não sei onde enfiei o pedido...

Preciso dar as minhas caminhadas na beira da praia, com direito a mergulho, sentar no meu quarto a luz de velas e insenso para aquela meditaçãozinha básica...

Preciso visitar alguns amigos...

Essa coisa das minhas férias acabaram antes do previsto me pegou de calças curtas...
Tenho que viajar também...
Tenho um mês para fazer isso tudo...

Algo me diz que eu vou ter um bocado de trabalho este mês...

Bom descobrir que existe tem tempo, você tem e pode usá-lo com calma...
Ruim é se essa calma se transformar em letargia...
Hora de requebrar!

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Ah!
Eu não gostei d”O Homem Que Copiava”...
Podem jogar na fogueira...

Juro que dou um jeito nesse template antes de viajar de novo...
Os meus olhos míopes não conseguem mais ler o quê escrevem...

Pensando na Vida – Parte I

Meus Relacionamentos Amorosos

Como essa coisa de estar apaixonada é muito importante na minha vida e no meu jeito de ser e fazer as coisas, foi por onde eu resolvi começar...

Paixonite não conta, mas ajuda.
A primeira que eu me lembro foi ainda no Jardim de Infância. O Thiago, que depois, muito depois, virou amigo e com quem eu convivi um tempão, era “meu namorado, mas não conta pra ele que ele não sabe”. Claro que depois ele ficou sabendo. Desde pequena eu nunca primei pela discrição. Loirinho, cheio de cachinhos, me sacaneava até cansar, e eu toda apaixonadinha... Também desde pequena mulher de malandro...
Da infância existem histórias que contam que eu não podia ver um homem barbudo que saía babando atrás... Meus modelos masculinos (meu pai e meu tio) sempre tiveram barba, então Freud explicaria isso muito facilmente, até hoje isso é um fato recorrente...
E infância e puberdade foram assim, levando pancada dos meninos que eu gostava... Leandro, Rodrigo, Bruno, Alex, Luiz e por aí vai... Mas isso tudo nem era nada...

(Acabei de resolver que outras coisas e descobertas isoladas pré-primeiro amor como o primeiro beijo, como se fazem os bebês, o primeiro filme pornô, o primeiro pau e essas coisas, vão ficar de fora.)

Não era nada até uma manhã de sol na Praia de Botafogo, voltando do Garage, quando de repente eu realizei que estava gostando de um amigo meu...
Esse amigo, apesar de mais novo, era o único em que as mães confiavam, era amigão, era carinhoso, era a fofura em pessoa... Aos poucos, os amigos em comum foram sabendo disso, eu comecei a dar em cima, a confusão estava formada... Apesar de todo mundo me dizer que eu tenho um rosto lindo, que eu sou isso e aquilo, nunca foi fácil pra mim conseguir um menino; eu era a gordinha da turma. E à gordinha da turma cabem as piadas venenosas, o ombro pra consolo, mas dificilmente o interesse do menino mais bacana da turma, que era ele... Nessa época eu aprendi que eu conseguia ganhar os caras, sim. Fosse na insistência, na paciência ou na marra. Que não são lá as melhores maneiras, mas eram as que eu dispunha...
O caso dele foi bem por aí: uma mistura de insistência, paciência e marra.
E começou assim, devagar, sem compromisso.
Acontece que o começo já foi como seria mais ou menos pro resto da vida. Direto na cama. Com carinho, com beijo, com duas tentativas...
Naquela época eu já sabia beijar (pelo menos) e já conhecia o conceito de “mão naquilo, aquilo na mão”; quase todas as minhas amigas já tinham “dado” e gostavam, menos eu. Era adepta do mau hábito de deixar os meninos de calças arriadas e sair correndo. Eu sabia que a probabilidade de gostar era grande. Com beijo foi assim... Eu sabia que o perigo de gostar da coisa era grande. E eu gostei.
Depois fui saber que também era a “primeira vez” dele.
E, como ambos gostamos, acabamos virando parceiros freqüentes.
Foi um exercício de paciência que demorou 2 viagens, um namorado, vários casos e 6 meses para virar namoro de fato.
Ao mesmo tempo em que era excitante, também era meio assustador estar namorando “de verdade”.... E nessa época a coisa ainda era um gostar... Com o tempo virou amar...
Com ele eu aprendi a trepar, a ser companheira, a fazer planos de vida, a ouvir música... Aprendi que eu sou feito cachorro; tendo dono eu sou fidelíssima, largada sou uma vira-lata de primeira... Aprendi coisa pra caramba, vivi coisa pra caramba.
E amei muito, muito esse homem.
Mas, o relacionamento era meio fadado a terminar desde o início... Ambos eram muito jovens... Precisávamos crescer... Saber como era a vida além de nós dois... O término foi traumático pra burro... Porque funcionava assim, mas eu não queria que acabasse... E demorei um tempo enorme para ter com ele a relação bacana de amizade que tenho hoje...
Amei esse homem como talvez jamais ame outro na vida. Por ser o primeiro, me entreguei a ele com uma confiança e falta de medo que hoje me fazem parte da bagagem.
Ele que me ensinou de verdade a amar e a sofrer.
Que merece tudo de bom nessa vida, apesar dos maus momentos.
Sem ele eu não seria 1/10 da pessoa que sou hoje.
Com ele eu não seria 1/10 da pessoa que sou hoje.


Depois dele, eu achei que a minha assim chamada Vida Amorosa tinha chegado ao fim... Que a “minha cota” havia sido gasta, que nunca mais ia amar alguém. Que nunca mais ia me relacionar com alguém e etc,etc,etc... E por um bom tempo virei vira-lata.

Ser vira-lata nem é uma coisa ruim na vida de uma garota... Pelo menos por algum tempo, toda mocinha deveria passar por isso... No meu caso foi superpositivo... Quando eu estava namorando, tinha me anulado como pessoa, era conhecida como a namorada de fulano... Tinha largado toda a minha vida para viver ele... Então tive que recomeçar pela primeira vez... Descobrir quem eu era de novo, fazer novos amigos, traçar novos planos de vida... Meu chão caiu e eu tive que achar um novo... Assim como tive que recuperar a capacidade amar as pessoas, a vontade de estar com outras pessoas...

E digamos que eu estava indo moderadamente bem até uma certa festa de fim de ano em que ganhei uma irmã e um namorado...
Claro, que nada tão simples assim... De novo, foram meses de paciência, brigas e etc... Mas esse cara me mostrou que existia vida após o primeiro, sim... Que outras pessoas poderiam gostar de mim e eu delas...
Mas no tempo em que eu vivi sozinha, aprendi que nunca mais deveria me anular enquanto pessoa, que eu sou meu maior bem nessa vida... Aprendi que devo prezar meus amigos, opiniões e liberdade acima de tudo... E isso foi um grande obstáculo...
Mais uma vez, este relacionamento estava fadado ao insucesso desde o início... Com ele era tudo diferente... Talvez o que unisse os dois fosse o fato deu gostar de cuidar e dele gostar de ser cuidado, mas não existiam planos de vida em comum... Cada um foi construindo a sua separadamente... E eu tinha a impressão errônea de que ele talvez pudesse fazer de mim uma “mulher honesta”... Mas, enfim, fim é fim...
Esse me ensinou que existia vida após o primeiro...
O resto vamos deixar sem comentários...


De volta à vira-latisse, personalidade não era o que eu tinha que reconstruir... Em meio ao segundo relacionamento, a minha vida zerou pela segunda vez... Isso foi importante e eu passei a correr atrás de tudo que havia perdido em termos de vida, comecei as maiores e melhores mudanças, as mais complicadas também... Assim, de repente, eu fiquei com pressa... Tive pressa para achar outra pessoa por algum tempo... E fiquei nessa procura insana... Tipo mulher, solteira, desesperada mesmo... Perdi meus critérios, trepei com um monte de gente, auto-destruição em 3 segundos... E quando eu percebi isso, resolvi ficar quietinha (vira-latisse também tem períodos de “não”) por um tempo, na minha...

Entre esses tempos todos, eu ia me apaixonando de vez em quando... Coisa light... Sem conseqüências... Um que me fez querer ter filhos, outro que me fez perder o fôlego, outros que virarão amigos, mas sempre enfiada em merda... E merda nunca é legal... Eu tenho o feeling, um dedinho podre que aponta, escolhe e cai de cabeça nesse tipo coisa, mas às vezes, até eu mereço férias desse “dom”... Nem sempre ele é certo, é verdade, ou eu não teria tantas histórias para contar, porque o dedo é podre, mas dona do dedo sempre encontra coisas fantásticas nessas pessoas que nem elas sabiam que tinham... E ele falha também...

Falhou... Falhou então quando eu estava num desses dias em que eu só queria ficar quietinha com meus amigos, tomar um porre e me divertir... As versões não batem muito, a minha é uma, a dele é outra, mas foi num dia desses que eu conheci o outro...
Romance rápido, fascinante, excelente sexo, inteligência super, tem olhos lindos, um sorriso foda, e é muito, muito parecido comigo... Os dias e as noites com ele eram sempre maravilhosas...
Com ele eu aprendi a ser mais paciente, aprendi a controlar meu gênio, que não preciso ter vergonha de nada, e, o mais importante: que eu posso voltar a amar alguém do jeito que amei o primeiro.
Não chegou a acontecer, mas eu descobri que posso, sim...

Eu não sei se essa história já chegou ao fim...
Sinceramente...
Morro de raiva quando ele diz que vai aparecer porque esse aparecimento não vai ser amanhã, porque eu não sei se vai mesmo, porque eu nem sei mais de verdade nada dele ou do que ele quer e pensa, porque eu não sei de mais nada pra dizer a verdade. Isso que enlouquece, porque eu espero e não sei de nada ao mesmo tempo.
Sofro por que ele é um cara foda e quero que um dia possamos ser amigos de novo numa boa... Entendo as questões dele, ou pelo menos tento entender...
Alguma coisa aconteceu para que essa história fizesse isso comigo. Foi pouco tempo, é verdade, mas, sim, eu amo esse cara...
Só não sei se algum dia vai acontecer mais alguma coisa entre nós...

Vale lembrar que de Santa eu também não tenho nada... Mesmo sem querer já quebrei corações e fiz outras pessoas sofrerem... A minha assim chamada vida amorosa é uma zona por uma outra batelada de motivos... Em Karma eu acredito, mas culpa não existe... Quebrar corações faz parte do processo....
Jamais poderia ser a única sofredora nessa história...
(Se bem que eu só estou contando as coisas boas, de certa forma.)

Antigamente, a esta altura do campeonato, eu provavelmente estaria sentada na cozinha, aos prantos, com uma faca de cozinha na mão; mas eu descobri que eu não preciso ter pressa de nada.
Pelos planos antigos, eu deveria estar casada, com filhos, numa vidinha mais ou menos. Eu continuo querendo essa vidinha mais ou menos, mas é para daqui ha tanto tempo... O que me faz mais falta nesse momento é justamente um companheiro de vida. Mas dessa vez eu quero acertar. Não serve qualquer pessoa. Talvez a pessoa que eu queira nesse momento seja esse companheiro, talvez não. Vai saber...
Antes, tudo planejadinho ou conformadinho, hoje eu estou deixando vir...
Lado maravilhoso da mudança: Serenidade.
A certeza de que, mesmo levando muita pancada, eu acredito de novo no amor, sei que vai acontecer de novo e sei que quando acontecer vai ser a coisa mais sensacional do Planeta...

Daqui ha uns anos eu conto como ficou isso...

segunda-feira, janeiro 5

Talvez nem todo, uma vez que eu não sou imortal, mas até que a D. Moça Gótica resolva me levar...

Ainda de férias...
Por pouco tempo, mas ainda...
Infelizmente a minha cabeça não tirou férias...
Muitas idéias, conclusões, perguntas, decisões...
Pensando tanto que estou com uma tremenda sinusite...
Não vou conseguir andar no calçadão hoje...
Preciso ir ao mercado, limpar uma cozinha toda, alimentar 3 cachorros...
Mas, com calma tudo sai...

Eu descobri que tenho todo tempo do mundo.

A vontade. Ligar. Era uma boba mesmo. Vivia dizendo que não ia mais ligar. Coisa excelente para a credibilidade de uma mulher. Mas... Precisava ouvir a voz dele. Dizer que precisava vê-lo. Outro dia não, hoje. Agora. Além da saudade precisava que ele dissesse alguma coisa. Que fosse embora da vida dele. Que esperasse mais. Qualquer coisa. Na base da pressão agressiva mesmo. Pegou o telefone. Olhou as unhas. Estavam descascadas. Ninguém pode ter uma discussão desse cunho com as unhas descascadas. Discussões desse cunho precisam de unhas feitas, cabelos penteados e perfeitos, pernas lisas, vestido novo. Nada disso estava ok. Não ia dar. Não ia ser hoje. Mais uma vez, engoliu a vontade e foi lavar louça.

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Você é uma pessoa boa?
Eu sou uma pessoa boa.
Mas boa com limites.
Toda pessoa 100% boa é burra. E chata. E boa.
Toda bondade tem que ter sua dose de inteligência, conflito e maldade.
Senão não vale a pena.
Melhor ser uma pessoa má.
O Mundo é das pessoas más, mas como eu não quero o Mundo mesmo....
Além do quê, mesmo as pessoas boas, podem ser horríveis de vez em quando...